Para quem acompanha este canal, acredito que perceberam um hiato não anunciado na publicação de textos, desde o mês anterior. Como sendo mais um canal dos iniciados para o público, foi um intervalo necessário para que os envolvidos no projeto respirassem, diante do cenário global.
Diante do cenário e do momento histórico que exige pronunciamento, nada mais justo direcionar o tema ao que eu mais tenho propriedade para falar: de mim mesmo. Como eu venho sobrevivendo à pandemia e por que isso pode ser interessante, ao ponto de fazer valer a pena ler este texto.
Tirando minhas particularidades, posso dizer que tenho uma vida um tanto genérica. Jovem, residente no sudeste do Brasil, com família presente, sem religião determinada, mas influenciado por elas, recém-formado e procurando emprego.
Começo o ano com uma única certeza: meus planos de carreira são fáceis e concebíveis, não muito ousados, tem tudo para dar certo então vale a pena apostar. No primeiro mês funciona, um período de experiência informal, cursos complementares para garantir meu lugar na empresa, um comportamento bem adequado e uma visão empreendedora, além de muito otimismo.
O período encerra e no lugar da contratação, a quarentena começa e ocorre uma demissão em massa. Plano A frustrado, sigamos com o plano B e C… Sem sucesso. Não é momento de contratação.
Ficar em casa sempre foi agradável, mas não ter um norte é sufocante. Começo a colocar em cheque todos os meus planos… Será que a graduação serviu de alguma coisa? Será que escolhi o caminho certo? Somado a isto, o medo de contaminar-se com o vírus e adoecer, ou pior, contaminar os meus pares. Além da impotência diante de um cenário político bizarro e com um risco de uma ditadura iminente.
Em resumo, um momento similar a de muitos brasileiros, distante dos cenários muito críticos e desiguais, mas também não muito otimista.
Foi a partir do momento em que eu me percebi nesse “abismo”, onde o medo e o desespero já haviam me paralisado, que entendi o que havia de ser feito:
– Quanto àquilo que não me cabe e que eu não posso mudar, aceitar e me adaptar;
– Quanto àquilo que me cabe, observar e reagir de acordo. Ou seja, ME observar com clareza para poder reagir de acordo com o que EU quero de verdade, neste momento de minha vida.
Respondendo à minha própria pergunta anterior, o final do caminho está certo, mas ele pode ser traçado de diversas outras formas. E não que tenha sido fácil e sem dor, mas o isolamento foi momento propicio para autoconhecimento e espero que ainda possa ser para você.
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