Você é livre e tem poder sobre suas escolhas?
Vamos começar citando um experimento científico, liderado pelo cientista Benjamim Libet No experimento, voluntários eram equipados com eletrodos na cabeça e deveriam escolher entre mover um dedo na mão direita ou um dedo na mão esquerda. Os participantes eram instruídos a “deixar a vontade aparecer sozinha, sem planejar e sem se concentrar em quando agir”. O exato momento em que faziam o movimento era anotado. Com um ponteiro que dá uma volta completa a cada 2,56 segundos, o relógio usado no teste tinha sido projetado especialmente para permitir que os voluntários percebessem mudanças de menos de um segundo. Libet pediu ainda que os voluntários reportassem o momento exato em que tomavam a decisão de se mexer.
Mas o resultado surpreendente foi o fato de que o momento que os participantes relataram como sendo o da decisão ocorria depois destes impulsos cerebrais e antes do movimento em si. Isso significa que a sensação de ter tomado uma decisão não correspondia ao que causava o movimento. Os registros dos eletrodos mostraram que a decisão, de alguma forma, já tinha sido tomada antes de os participantes perceberem. Os sinais no cérebro já estavam mudando antes da experiência subjetiva de realizar a escolha.
Será que o cérebro dos participantes realmente já tinha decidido? Será que a sensação de escolha era apenas uma ilusão? Talvez seja o experimento mais famoso da neurociência: em 1983, o psicólogo Benjamin Libet, da Universidade da Califórnia, em San Francisco, causou polêmica com sua demonstração de que a noção de livre arbítrio pode ser uma ilusão.
Será que todas nossas escolhas já estão pré determinadas e não temos controle algum? Calma, importante deixar claro que esse experimento não bate o martelo nessa questão, haja vista que há o fator “subjetivo”, ou seja, o cérebro pode ter sido induzido a pensar que o ponteiro se moveu antes de sua decisão, ou o próprio voluntário ter guardado a lembrança do momento em que o ponteiro se move, achando assim que o mesmo se moveu primeiro.
Há, então eu sou livre? Eu por exemplo, adoro hotdog logo então se eu sentir vontade posso ir e comprar, essa decisão é completamente minha. Tá, mas calma lá. Sabemos que nosso cotidiano é formado de diversas possibilidades, onde tudo é o resultado de algum acontecimento anterior, essa é a lei da física de ação e reação, uma sequência de eventos. Então se eu, mesmo com fome, der meu cachorro quente, para um mendigo, após alguns minutos, minha fome irá aumentar, irei sentir felicidade, por sanar a fome dele, planos de casualidade. Isso é previsto e acontecerá, aqui entra o “agente causador “, uma inteligência que é capaz, por meio de uma decisão, gerar uma sequência de eventos novos. Então eis o libertarianismo.
Agora, oque pensar? Calma, leia essa reportagem.
Um
tumor cerebral levou um homem de 40 anos de idade a se tornar obcecado com sexo
e a molestar crianças, dizem pesquisadores americanos.
De acordo com notícia divulgada no site da
revista científica New Scientst, um professor casado dos Estados
Unidos, sem antecedentes de crimes sexuais, tinha um tumor no lobo direito do
cérebro do tamanho de um ovo de galinha.
O tumor estava na parte do cérebro responsável
pelo julgamento, controle de impulsos e comportamento social.
Os médicos disseram que a localização do tumor
teve um papel-chave no caso.
Tumores
Os médicos disseram que não há prova que sugira
que outros tipos de tumores no cérebro possam ter efeito semelhante.
O homem começou a acessar sites de pornografia
na internet e a visitar casas de massagem em busca de prostitutas.
Sua mulher expulsou-o de casa depois de
descobrir que ele se insinuou sutilmente para crianças.
O professor foi condenado por molestar crianças
e iniciou um tratamento para pedófilos sentenciados.
Um juiz ordenou que ele entrasse em um programa
de reabilitação, ou seria preso.
Mas o homem foi expulso do programa depois de
abordar mulheres pedindo relações sexuais.
Na véspera de ir para a prisão, o professor foi
hospitalizado com dores de cabeça. Ele dizia ter medo de estuprar sua
senhoria.
Depois de receber atendimento psiquiátrico, ele
se queixou de dificuldades em se equilibrar. Um exame revelou a existência do
tumor cerebral.
Testes revelaram ainda que o paciente não
conseguia escrever ou copiar desenhos e não se mostrava incomodado ao urinar
sobre as próprias roupas.
O tumor foi retirado e, dentro de sete meses, o
homem completou seu tratamento para problemas sexuais.
Em outubro de 2001, ele voltou a se queixar de
dores de cabeça e a colecionar, secretamente, pornografia.
Testes revelaram que o tumor voltara a crescer.
Ele foi removido e o comportamento do paciente se normalizou.
Tratamento
Russell Swerdlow e Jeffrey Burns, da
Universidade da Virgínia, trataram do paciente. Segundo eles, o caso sugere que
os médicos deveriam levar em conta a possibilidade da existência de tumores
cerebrais que levem algumas pessoas a cometer crimes sexuais.
Mas eles advertiram que isso só se aplica a
pessoas que, repentinamente, tornam-se obcecadas com sexo e que não têm um
histórico que inclua esse tipo de comportamento.
“A
maioria dos pedófilos desenvolvem o problema bem cedo na vida”, diz Burns.
Mas David Rosenfield, um neurologista do Baylor
College of Medicine, em Houston, disse que é necessário que sejam feitas mais
pesquisas sobre o assunto.
“Eles têm
um caso interessante. Eu me pergunto se o tumor causou alterações
hormonais”, disse Burns ao site newscientist.com.
O caso foi apresentado na reunião anual da
Associação Neurológica Americana, em Nova York.
Agora, ele teve poder sobre sua decisão? Deve ser condenado?
Aqui, entra uma nova soma no assunto, que deve ser levada em questão, o chamado “estado mental”, que pode ser causado por fatores internos como gene, hormônios e etc e também fatores externos, como publicidade, educação, cultura. Eu gosto de hot dog, talvez porque meu pai levava um todo dia para mim, e isso me liga ao sentimento de saudosismo daquela época. Isso tudo forma nosso estado o mental, consequentemente, nossos pensamentos e decisões, isso não vem do nada. Eventos de fatores químicos, biológicos e físicos.
Então vamos lá, se podemos prever os eventos físicos, se eu jogar meu cachorro quente, no ar, posso prever onde ele irá cair, calculando força m, vento e etc, podemos prever nossas decisões?
Tudo oque é material, das invisíveis bactérias até as extraordinárias galáxias, são resultados de eventos de acontecimentos, todos sob a lei da física de ação e reação. Tudo que existe é consequência de eventos anteriores. Como uma peça de dominó que derruba a outra peça que está a sua frente, e daí por diante. Sendo assim, você e eu, também estamos sob efeito disso, onde tudo que fazemos já é pré determinado. Vamos fazer um exercício mental.
E se, somente se, uma inteligência extraordinária, além do que podemos conceder, estava presente no momento do big bang? Ela poderia, embasado nesse conceito, prever a vastidão do universo, prever a formação dos gases e após isso a formação da matéria, essa matéria se unindo para criar galáxias, sois, planetas, luas, cometas. Prever até a sequência de eventos que consequentemente deu origem a nós, humanos. Prever nossas decisões e pensamentos e todas as várias disso tudo? Isso tudo a trilhões de anos atrás.
Isso pode ser aterrorizador, sentimento de impotência, pois tudo que decida, já está previsto. Então o mal não existe, pois é uma mera consequência? Aqui lhe convido a raciocinar, deixe o desespero para depois kkk
Se nosso estado mental é resultado de uma sequência de eventos, geralmente calcular e codificados de maneira interna, e temos a ação de decidir fazer mal a outros, da mesma forma temos o poder de decidir não fazer. Claro, sem aprofundar em conceitos de bem e mal, só para exemplificar. Nossa sociedade é moldada em premiar boas ações e penalizar más ações.
Ainda assim, nossas escolhas podem ser geradas por influências externas, que não temos poder, “um bandido encosta uma faca em meu peito” isso influenciará na decisão de entregar meu celular para ele, mesmo sendo contra minha escolha original.
Se chegou aqui, presumo que queira uma resposta, somos livres? Mas não estou aqui para responder isso, o plano aqui é plantar mais dúvidas ainda, citar novas expectativas e, de certa forma, expandir novos horizontes. Portanto se chegar até o ponto final, cheio de dúvidas, questionando oque tinha de verdade e questionando sua realidade, fico feliz, cumpri meu propósito.
Fontes:
.|.DHM.|.